HÁ 20 ANOS A GAZETA DA BAHIA VEM CONTANDO A HISTÓRIA DO MUNICÍPIO DE PAULO AFONSO, SEUS COSTUMES E TRADIÇOES, PERSONAGENS QUE CONSTRUÍRAM O COMPLEXO HIDRELÉTRICO DA CHESF, AS PRIMEIRAS HABITAÇÕES, O DESCOBRIMENTO DO RIO, SEUS PRIMEIROS HABITANTES, SEU PROGRESSO E DESENVOLVIMENTO DE TODA REGIÃO.
terça-feira, 21 de junho de 2011
MISSÃO DA CHESF
A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco - CHESF, subsidiária das Centrais Elétricas Brasileiras S/A - ELETROBRÁS - foi criada pelo Decreto Lei n.º 8.031, de 03 de outubro de 1945, e constituída na 1ª Assembléia Geral de Acionistas, realizada em 15 de março de 1948. É uma sociedade de economia mista, aberta, sendo seu maior acionista o Governo Federal, através da Eletrobrás que detém 100 % do seu capital votante. É uma empresa de serviços públicos com contas a prestar à sociedade brasileira.
Possui um sistema de geração hidrotérmico, com predominância de usinas hidráulicas, que são responsáveis por percentual superior a 95% da produção total. O sistema de transmissão, abrange os Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, com 18.273 km de linhas de transmissão, em alta e extra alta tensão - 138, 230 e 500 mil volts e 93 subestações. Integrante do Sistema Elétrico Brasileiro Interligado, a Chesf faz intercâmbio de energia com todos os demais sistemas - Norte, Sul e Sudeste / Centro-Oeste, e é hoje a maior geradora e transmissora de energia elétrica do país.
Presente na Região e sintonizada com as diretrizes sociais e econômicas do Governo, a Chesf atua como um vetor de desenvolvimento sócio-econômico e cultural do Nordeste, buscando o aumento da participação da Região no desempenho da economia nacional e a conseqüente redução das diferenças regionais.
Consciente da sua responsabilidade social, a Chesf busca o fortalecimento da cidadania, através de ações nas áreas de pesquisa científica e tecnológica, educação, saúde e meio ambiente, bem como a promoção do desenvolvimento sustentável do Nordeste.
PEQUENO HISTÓRICO DA CHESF
1913 - Delmiro Gouveia constrói Angiquinhos, primeira usina do Nordeste a aproveitar o potencial hídrico da cachoeira de Paulo Afonso, no rio São Francisco.
1945 - Criação da Chesf, através do Decreto Lei nº 8.031, de 3 de outubro de 1945. Seu idealizador foi o engenheiro agrônomo Apolonio Sales, Ministro da Agricultura no governo do presidente Getúlio Vargas.
1948 - Realização da primeira Assembléia de Acionistas em 15 de março, formalizando o início das atividades da Chesf. O ano também foi marcado pelo começo da construção da hidrelétrica de Paulo Afonso I, primeira grande usina da Chesf erguida no rio São Francisco.
1954 - Entrada em operação da Usina de Paulo Afonso I, com 180 mil kW de potência instalada.
1961 - Criação da Eletrobrás, empresa do Governo Federal, encarregada de coordenar o setor elétrico brasileiro. Entrada em operação da hidrelétrica de Paulo Afonso IIA, com uma potência de 215 mil kW.
1967 - Funcionamento da usina de Paulo Afonso IIB. Mais 228 mil kW de potência instalada no Nordeste.
1971 - Funcionamento da usina de Paulo Afonso III. Uma usina com 794 mil kW.
1975 - A sede da Chesf foi transferida do Rio de Janeiro para o Recife.
1977 - Começo da operação da hidrelétrica Apolonio Sales, uma usina com 400 mil kW. O nome é uma homenagem ao idealizador da Chesf.
1979 - Entrou em operação a Usina Hidrelétrica de Sobradinho, com 1 milhão e 50 mil kW de potência instalada. Sobradinho gera energia a partir do aproveitamento das águas de um dos maiores lagos artificiais do mundo, o reservatório de Sobradinho, com uma área de 4 mil km² e capacidade de 34 bilhões de m³. Serve para regularizar a vazão do rio São Francisco.
Início do funcionamento da usina Paulo Afonso IV. A última e mais moderna do Complexo de geração em Paulo Afonso, Bahia, com uma capacidade instalada de 2 milhões 462 mil kW.
1981 - Interligação dos sistemas de transmissão de energia entre as regiões Norte e Nordeste. A Chesf e a Eletronorte iniciam o intercâmbio de energia através da rede Boa Esperança-Imperatriz.
1988 - Funcionamento da hidrelétrica Luiz Gonzaga (Itaparica), com uma capacidade instalada de 1 milhão e 480 mil kW
1994 - Entrou em operação a hidrelétrica de Xingó, a maior e mais moderna da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco. Sozinha, possui 30% da capacidade de geração de energia da Chesf, com uma potência instalada de 3 milhões e 162 mil kW.
1997 - Foi iniciado um novo ciclo de ampliação do sistema de transmissão, com o acréscimo de 2.324 km de linhas de transmissão, nas tensões de 500 e 230 kV, e adição de 8.466 MVA de transformação nas subestações, no período de 1997 a 2003, com investimentos realizados da ordem de R$ 2.055 milhões.
2000 - A Chesf começou a executar o maior programa de transmissão de energia já realizado na história do Nordeste. E começou a construção de mais de 5 mil e 400 quilômetros de linhas. Novas subestações e ampliações das existentes reforçam a transmissão de energia elétrica com mais 8 mil e 800 megavolt-ampères. O programa tem um investimento de 1 bilhão e 800 milhões de reais, que fazem surgir 240 mil empregos diretos e indiretos.
2002 - A Chesf dá o primeiro passo no novo Mercado Atacadista de Energia (MAE). No primeiro leilão de energia das empresas geradoras, a Companhia conquista 15 novos clientes de Norte a Sul do Brasil.
2003 - A Chesf volta a participar maciçamente na ampliação do sistema de transmissão do Nordeste, com a permissão especial para participar de licitações de concessão da ANEEL. Foi constituído o consórcio AC Transmissão, formado pela Chesf e pela Companhia Técnica de Engenharia Elétrica - ALUSA, que sagrou-se vencedor do lote C do leilão promovido pela ANEEL, ficando responsável pela implantação da LT 500 kV Teresina II / Sobral III / Fortaleza II C2, com extensão de 541 km e da ampliação das subestações terminais.
ECONOMIA DA BACIA HIDROGRÁFICA
Pela sua diversidade climática, extensão e características topográficas, a Bacia é dividida em quatro regiões: o Alto, Médio, Submédio e o Baixo São Francisco, nas quais podem ser caracterizadas três zonas biogeográficas distintas: a mata, a caatinga e os cerrados.
A exploração econômica da Bacia Hidrográfica do São Francisco começou no Século XVI com a plantação de cana-de-açúcar no Baixo São Francisco, a pecuária bovina no agreste e sertão e a extração mineral no Alto São Francisco.
No Século XIX, com a ocorrência de diversos fatores econômicos, tais como o desenvolvimento da produção cafeeira no sudeste, o esgotamento dos depósitos aluvionais de ouro, a queda do preço internacional do açúcar e o início das obras de infra-estrutura no litoral brasileiro, a economia da Bacia passou por uma fase de involução.
No início do Século XX, o Alto São Francisco procurou se integrar à economia do sudeste brasileiro, baseada na produção cafeeira e na industrialização ainda incipiente. As áreas do Médio e do Submédio São Francisco foram, então, fortemente afetadas, uma vez que ficaram isoladas, vivendo da agricultura de subsistência. Na região do Baixo São Francisco, procurou-se ampliar a área de produção de cana-de-açúcar.
A zona semi-árida, que, com o agreste, compreende 50% da área total da Bacia Hidrográfica do São Francisco, teve como principais atividades econômicas a pecuária, o algodão e as culturas de subsistência. A produção de algodão existiu até o final da década de 70 a meados dos anos 80 do século passado. Após esse período, as pequenas e médias cidades da Bacia começaram a receber contingentes populacionais sem qualificação profissional para atuarem nas fracas economias urbanas, que não têm, até hoje, infra-estrutura e atividades econômicas capazes de absorvê-los.
Os estudos para conhecimento da Bacia do São Francisco tiveram início no Brasil Império e prosseguiram até o presente, executados por várias entidades, representando hoje um enorme e importante cabedal de dados socio-econômicos e de informações técnicas e científicas sobre os seus recursos naturais.
Em 1945, o Governo Federal autorizou a criação da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco - CHESF, para o aproveitamento do rio na geração de energia elétrica. Três anos depois foi criada a Comissão do Vale do São Francisco - CVSF, nos moldes da Tennessee Valley Authority - TVA nos Estados Unidos, destinada a promover a valorização econômica da Bacia do São Francisco.
A CHESF, aproveitando as excepcionais condições naturais proporcionadas pelo desnível de Paulo Afonso, construiu as Usinas de Paulo Afonso I, II e III. Em 1955 foram inauguradas as três primeiras unidades de Paulo Afonso I. Posteriormente a Comissão do Vale do São Francisco, CVSF, construiu em trecho mineiro do São Francisco, a Barragem de Três Marias cuja Usina foi inaugurada em 1961. A partir da década de 70, objetivando regularizar as vazões do São Francisco e aumentar a geração de energia elétrica, a CHESF construiu a Barragem e Hidrelétrica de Moxotó e, posteriormente, as Barragens e Hidrelétricas de Sobradinho, Paulo Afonso IV, Itaparica e Xingó.
Além dos benefícios gerados pela produção de energia elétrica na Bacia do São Francisco, a injeção de recursos na economia local durante a construção das usinas, proporcionou o surgimento e desenvolvimento de cidades na região dos aproveitamentos hidrelétricos, as quais têm desempenhado um papel de pólo regional, a exemplo da cidade de Paulo Afonso na Bahia.
Os anos 70 do século passado foram, também, de grandes mudanças no que tange ao aproveitamento agrícola das zonas dos cerrados da Bacia com a chegada de milhares de agricultores do sul do país, atraídos pela grande disponibilidade de terras, a preços baixos. Em especial, no Oeste baiano, a agricultura vem crescendo a taxas extremamente altas produzindo-se arroz, milho, soja, algodão e frutas, com o uso de tecnologias avançadas. Essa produção fez surgir agroindústrias na região. Tais fronteiras econômicas vêm se deslocando para o Médio São Francisco, inclusive com organização cooperativa, tornando a econômia mais dinâmica.
A agricultura irrigada teve um crescimento significativo a partir dos anos 80, em especial após a criação do Programa de Irrigação do Nordeste - PROINE. Na Bacia, estão identificados cerca de 3.000.000 ha potencialmente irrigáveis dos quais cerca de 800.000 ha já foram estudados, projetados ou estão em operação. De acordo com estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA (1995), considerando o PIB por subáreas do Nordeste, as áreas metropolitanas e as de irrigação foram as que mais cresceram no período de 1970/1992. O Pólo Petrolina/Juazeiro é o melhor exemplo desse crescimento.
Neste início do Século XXI identificam-se dois destaques: a industrialização na Região Metropolitana de Belo Horizonte (Alto São Francisco) e a agricultura irrigada no Submédio e Baixo São Francisco.
REVITALIZAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Mais de quatro séculos de exploração, em geral desordenada, da bacia do Velho Chico levaram os ambientalistas a considerá-lo atualmente um "rio doente".
Para isto, contribuíram o desmatamento, a poluição e a alteração do regime hídrico natural, decorrente da construção de barragens.
O desmatamento indiscriminado realizado para obter a lenha que serviu como combustível e para "liberar" terras para agricultura e pecuária, provoca carreamento de terras férteis, assoreamento e regime torrencial nos períodos de alta pluviosidade.
A poluição das águas tem origem nos esgotos não tratados, resíduos industriais, mineração, adubos químicos e defensivos agrícolas.
Finalmente, as barragens alteraram o regime hídrico natural, e as necessidades de energia elétrica do Nordeste aumentaram as vazões mínimas naturais e reduziram os piques de cheias. Além disso as barragens provocam retenção de sedimentos no interior dos reservatórios.
Tudo isto despertou a consciência da necessidade de um intenso e efetivo programa de Revitalização e Conservação do Rio São Francisco, e o maior desafio deste programa de Revitalização e Conservação é, atingida a Revitalização, proporcionar o uso dos recursos naturais da bacia, de forma sustentável, proporcionando o desenvolvimento econômico e social dos seus habitantes, e de dezenas de milhões de nordestinos que se beneficiam da energia elétrica nela gerada. Simultaneamente deve ser garantida a disponibilidade dos recursos naturais da bacia, para beneficiarem as gerações futuras.
Não é possível buscar restaurar a bacia do Rio, para condições iguais àquelas existentes quando os colonizadores europeus encontraram pela primeira vez sua Foz, em 4 de outubro de 1501.
Como será a bacia do Velho Chico revitalizada e conservada daqui a duas gerações?
TURISMO
A CHESF durante mais de cinqüenta anos construiu usinas hidrelétricas no Submédio e Baixo São Francisco (Sobradinho, Itaparica, Moxotó, Paulo Afonso I, II, III e IV e Xingó).
Mais de meio século de convivência com esses trechos do Velho Chico proporcionaram um profundo conhecimento de suas riquezas e belezas naturais, que podem ser uma importante fonte de geração de Trabalho e Renda para os Nordestinos, com uma exploração do potencial turístico.
Turismo Técnico: As usinas hidrelétricas da CHESF entre Itaparica e Xingó compõem um conjunto único no mundo, seja do ponto de vista da diversidade de barramentos, seja numa verdadeira aula da evolução dos equipamentos elétricos e mecânicos ao longo de meio século.
Turismo de Aventura: O rapel, as trilhas e as escaladas, são atrações disponíveis em larga escala.
Lazer: Os passeios de barco e a pesca podem ser praticados intensivamente nos lagos das usinas hidrelétricas.
Turismo Ecológico: A caatinga e o Raso da Catarina são atrações de grande impacto.
Turismo Histórico: A cidade de Piranhas, a usina de Angiquinho implantada por Delmiro Gouveia no início do Século XX e a Fábrica de Tecidos da Pedra (na atual cidade de Delmiro Gouveia) merecem ser conhecidas. Os achados arqueológicos que integram o Museu Arqueológico de Xingó contam a pré história da região do canyon e são complementados por dezenas de áreas com registros gráficos, em ambas as margens do canyon. Para que todo este potencial seja transformado em fonte de Trabalho e Renda em benefício das comunidades da microrregião, são necessários vultosos e persistentes investimentos em infra-estrutura: estradas, aeroportos, hotéis, restaurantes, saúde e segurança.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário